Caixas de Música são na
verdade instrumentos musicais mecânicos que executam obras musicais através do
uso de disco, cilindros ou hastes metálicas.
A primeira caixa de música
nasceu provavelmente, em 1796, pelas mãos do relojoeiro suíço Antoine Favre (1767
*-1828 ᵻ), originalmente ela foi projetada para ser integrada dentro
dos relógios. Devido a esta característica o formato das primeiras caixas de
musica era de um disco plano de metal com pontos que criavam o som.
Não muito tempo depois, os
discos foram substituídos por um cilindro metálico com linguetas levantadas e
colocadas paralelamente a uma série de lamelas individuais. Todo o processo de
produção das caixas de música, neste período, era artesanal e feita por famílias
camponesas todos participavam e cada caixa era montada individualmente aproveitando
o tempo livre durante os longos períodos de neve. Esta atividade rendia um
ganho extra para as famílias e as melhores tornaram se objetos cobiçados nas
cidades.
Em 1820, visando melhorar o
som e a ressonância das caixas as lamelas foram substituídas por um conjunto de
linguetas em uma peça única que recebeu o nome de pente. Outros complementos
passaram a ser utilizados para melhorar a sonoridade das caixas, como tamboretes
de pele e carrilhões que passam a ter seus martelos decorados com pássaros ou
borboletas.
As caixas de musica passaram
então a ser objetos desejados, eram o centro das atenções nas casas e tinham
lugar de destaque, com suas caixas grandes com entalhes elaborados e muitas
vezes incrustações de madrepérola, mas eram também muito diferentes das
caixinhas de música que temos hoje.
O formato atual das caixas
de música é creditado a Guiseppe Di Trancredi, nascido na cidade de Aosta e
herdeiro de uma próspera família de fazendeiros, estudou música e mecânica de
precisão em Genebra. Funda uma fábrica de caixas de musicais em Martigny e
apesar de ser um grande mestre na criação e elaboração das mesmas era um péssimo
administrador e acabou sua vida na miséria, vivendo seus últimos dias em um asilo
mantido pelos Franciscanos em Novarra.
Em 1977, porém uma pasta,
que pertencerá a Guiseppe, contendo partituras, apontamentos e desenhos, do que
seria a primeira caixinha de música moderna, foi parar nas mãos de um
relojoeiro aposentado, (infelizmente não consegui localizar o nome dele), e
após varias tentativas a caixa de música foi apresentada, na cidade de Novara.
Suas medidas de vinte
centímetros de largura, por trinta de cumprimento e quinze de altura eram uma
novidade para a época, além de toda a peça ser de uma beleza rara. A caixa, foi
feita em alumínio e revestida externamente de ágata com uma delicada decoração
com motivos pastoris. De tão preciso, o encaixe da tampa não pode ser visto a
não ser com muita atenção, o mecanismo é acionado por uma pequena saliência
existente na mão de um pastor pintado na face frontal da caixa.
Apelidada de “Maravilha de
Novara”, é uma maravilha da mecânica de precisão, com um leve toque no botão a
tampa da caixa levantar suavemente expondo a superfície lisa. Quando a tampa
fica num angulo de cem graus, o movimento para e inicia-se a musica, uma versão
da Chacona ( partida no. 2, em Ré Menor, BWV 1004) de Johan Sebastião Bach.
Após, um novo compartimento
é revelado aquando um pequenino alçapão espelhado se levanta lateralmente, de
maneira a formar um angulo de noventa graus com a superfície da caixa. Dentro, uma
bailarina aguarda o momento de entrar em cena, no auge da musica, o fundo do
compartimento em que ela se encontra sobe lentamente até ficar ao nível da
superfície. Quando a operação se completa, a bailarina sai rodopiando ao som da
musica, tendo seus passos seguidos pela imagem projetada no pequeno espelho.
Ao acabar a musica, a
dançarina retorna ao ponto inicial, desce e o compartimento é fechado pelo
alçapão, à tampa retorna automaticamente à posição inicial ao som de uma versão
da Tocata e Fuga (em Ré Menor, BWV 525), também de Bach. O artefato é de
moto-contínuo, de maneira que não é necessário dar corda para que funcione
novamente.
Fontes: